Empreendedorismo feminino na Capital da Lingerie quebra as barreiras das confecções e chega ao campo, com mulheres se destacando também na produção de hortaliças

O empreendedorismo feminino não é novidade em Juruaia, cidade mineira conhecida nacionalmente como A Capital da Lingerie, onde cerca de 95% dos negócios do setor de moda íntima são comandados por mulheres.

Este cenário favorável acaba por encorajá-las a começarem negócios inovadores também em outras áreas, como é o caso de Renata Rezende, um exemplo de que a mente empreendedora das juruaienses pode render ótimos frutos também em outros formatos de negócios.

Renata começou em 2016, ao lado do marido Fernando Refante, um negócio de venda de hortaliças que rapidamente se tornou um sucesso. Ela conta que antes de iniciar sua jornada como empreendedora, já havia trabalhado na produção de lingeries, em postos de combustível e casas lotéricas, “independente do trabalho, sempre busquei aprender o que podia enquanto exercia minhas funções”, afirmando que essa característica é parte do que tornou seu negócio atual, um sucesso.

A juruaiense, que herdou a paixão pelas coisas da terra de seus avós, hoje gere seu negócio nas terras que um dia foram deles, que eram produtores de leite. Ela conta que nutre um carinho especial pelas lembranças de sua avó Anésia, que a ensinou a plantar e de quem se lembra sempre que vai pegar uma jabuticaba direto do pé “minha avó plantou a jabuticabeira comigo, e me disse ‘dessas eu não vou comer mais, mas você come para mim quando elas estiverem grandes.”

Atualmente, Renata, através de seu negócio, segue fazendo boas colheitas, fornecendo hortaliças como alface, couve, cheiro verde, rúcula, agrião e chicória para Juruaia e região, um sucesso muito maior do que o esperado por ela quando começou “a intenção era vender cestas com os produtos para mais ou menos 30 clientes, mas funcionou só no primeiro mês de horta, no segundo mês já estava com pedidos para fornecer para restaurantes, e no terceiro mês já tinha uma fila de mercados esperando pelos produtos”, conta. Ainda segundo ela, no segundo ano de atividades, o negócio já havia expandido as entregas para a região.

Lançando mão do cultivo cuidadoso, buscando boas práticas que garantem a saúde e satisfação de sua equipe e de quem consome o produto final, Renata afirma que mesmo a pandemia não parou seu negócio e que espera crescer ainda mais “nós vamos sempre trabalhando para garantir, antes de tudo, qualidade, do plantio a entrega”, encerra a empreendedora.