Por Mara Bianchetti, em 19 de agosto de 2020, para https://diariodocomercio.com.br/
Considerada a capital mineira da lingerie, Juruaia, no Sul de Minas, está passando alheia à crise imposta pela pandemia de Covid-19 e tem registrado aumento nas vendas. Mesmo com as medidas de distanciamento social, incluindo o fechamento físico de grande parte do comércio em todo o País, as indústrias do polo registraram crescimento de até 50% nos negócios nos últimos meses.
O resultado pode ser explicado tanto pela diversificação dos produtos oferecidos quanto pela digitalização dos negócios, já que as empresas têm investido fortemente nas vendas on-line e também em outros segmentos: como cuecas, pijamas, moda praia e fitness.
As informações são da presidente do projeto “Juruaia 360 graus”, Luciana Marques. Criada e implantada a partir da parceria das associações Toque Brasil e Associação Comercial e Industrial de Juruaia (Aciju), Conselho Municipal de Turismo, Câmara de Vereadores e Prefeitura Municipal de Juruaia, a iniciativa visa incentivar os diferentes e potenciais segmentos da região, como comércio, indústria e turismo.
“Além da maior presença no ambiente virtual e da diversidade de produtos, as campanhas realizadas pelo polo também ajudaram a alavancar as vendas. Tanto é que estimamos manter o ritmo de crescimento e encerrar 2020 com alta de 50% nos negócios”, apostou. Inicialmente, a expectativa para o desempenho no atual exercício era de alta de 20%.
Incentivo – Uma das ações promovidas em âmbito nacional foi o incentivo ao empreendedorismo com investimento de R$ 600 para a compra de um kit completo de peças capaz de atender diferentes perfis de consumidor final e podendo gerar faturamento de até R$ 1.800,00. O kit pode conter, por exemplo, 12 calcinhas avulsas, 10 sutiãs avulsos, 5 conjuntos de lingeries, 8 cuecas e ainda 250 máscaras.
Na moda praia, o valor corresponde a aquisição de cerca de 15 peças. E para pijamas, que tem sido a grande febre de vendas durante a pandemia, o valor permite a compra de 16 conjuntos, dependendo do produto.
“Na prática, a escolha do que adquirir para revenda vai depender do público alvo de cada empreendedor, conforme a região do Brasil, dada as diferentes temperaturas e até perfil dos clientes. Há grande procura e adesão. Muitas pessoas aproveitaram o auxílio do governo federal de R$ 600 e investiram no novo negócio”, contou.
O comércio virtual também foi intensificado, conforme Luciana Marques. E foi expandido, inclusive, para as feiras e eventos. Além disso, segundo ela, 90% das lojas da cidade já trabalhavam com comércio on-line antes mesmo da pandemia. A diferença é que a concentração dos pedidos à distância aumentou.
“As lojas já tinham essa preocupação de estarem presentes no digital, até para aumentar a prospecção dos clientes, aumentar o alcance das vendas e poder aumentar a geração de negócios”, contou.
Atualmente, o polo conta com quase 300 fábricas, gera cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos e produz 20 milhões de peças por ano.
A tradicional Felinju já foi 100% virtual. A feira, realizada no início de junho, movimentou R$ 5 milhões. A Fest Lingerie, prevista para setembro, também será realizada à distância. “O movimento está grande, assim como a expectativa. Tem empresa com pedidos fechados até final do ano”, revelou.